Mecanismos Patogênicos da Doença Periodontal Associada ao Diabetes Melito.
ALVES, C; ANDION, J; BRANDÃO, M; MENESES, R. Mecanismos Patogênicos da Doença Periodontal Associada ao Diabetes Melito. Arquivo Brasileiro de Endocrinologia Metabólico, Salvador – BA, v.51, n.07, p. 1050-1057, 2007.
Este artigo tem o objetivo de revisar os conhecimentos recentes e atualizar a classe médica sobre a fisiopatologia da doença periodontal associada ao diabetes melito.
DIABETES MELITO (DM) É UMA doença crônica caracterizada por deficiência parcial ou total na produção de insulina ou por resistência à sua ação. Isso leva à anormalidade nos metabolismos glícidico, protéico e lipídico, que resultam em hiperglicemia, a qual induz múltiplas anormalidades sistêmicas.
Diversos fatores associados ao DM podem influenciar a progressão e agressividade da doença periodontal: tipo de diabetes mais extensa em diabetes melito tipo , idade do paciente aumento do risco durante e após a puberdade, maior duração da doença e controle metabólico inadequado. Uma vez que a microbiota periodontal em pacientes com DM é similar à de não-diabéticos bactérias gram-negativas anaeróbicas como Actinobacillus, Bacteróides e Porphyromonas , outros fatores, tais como hiperglicemia e anormalidades da resposta imune do hospedeiro frente às infecções bucais, parecem ser os responsáveis pela maior prevalência desta complicação em diabéticos.
os principais mecanismos patogênicos da DP associada ao DM:
ALTERAÇÕES BIOQUÍMICAS:Aumento da glicação não enzimática, Hiperglicemia intracelular e distúrbios nas vias do poliol, Alterações da saliva.
ALTERAÇÕES IMUNOLÓGICAS: Distúrbios dos neutrófilos, Secreção de citocinas e mediadores inflamatórios versus lipopolissacarídeos.
ALTERAÇÕES TECIDUAIS:Alterações do tecido conjuntivo,Alterações microvasculares.
O diabetes melito está relacionado a diversas alterações que podem predispor à doença periodontal. Dentre elas, destacam-se as alterações bioquímicas, como produção de AGES, hiperglicemia intracelular gerando distúrbios nas vias do poliol, alterações na saliva, distúrbios imunológicos, como redução da função dos neutrófilos e aumento da produção de citocinas e mediadores inflamatórios, alterações genéticas que aumentam a probabilidade de desenvolvimento da doença periodontal e lesões teciduais, como comprometimento do metabolismo do colágeno, aumento da permeabilidade vascular e espessamento da membrana basal capilar.
Os AGEs parecem ser um dos principais responsáveis pelas alterações que levam à doença periodontal, pois estão relacionados à diminuição da eficiência dos neutrófilos, aumento da destruição dos tecidos conjuntivo e ósseo, danos vasculares e produção exagerada de mediadores inflamatórios.