Influência de fatores genéticos na etiopatogênese da doença periodontal
KIM, Y. J; VIANA, A. C; SCAREL-CAMINAGA, R. M. Influência de fatores genéticos na etiopatogênese da doença periodontal. Revista de Odontologia da UNESP, p.175-180, 2007.
O artigo tem como objetivo comentar a influência que fatores genéticos podem desempenhar na etiopatogênese da DP, dando ênfase aos polimorfismos genéticos.
A doença periodontal (DP) tem caráter multifatorial pois a infecção por microrganismos periodontopatogênicos que leva à inflamação e à destruição do periodonto é modulada pela resposta imune do hospedeiro, a qual é influenciada por hábitos como o fumo.
A doença periodontal (DP) acomete indivíduos em todo o mundo. Nos últimos anos tem sido investigada a influência da saúde bucal no estado de saúde geral do indivíduo. Um crescente corpo de evidências científicas sugere associação entre infecção oral e doenças sistêmicas como aterosclerose, distúrbios cardiovasculares, artrite, diabetes e doenças pulmonares. A DP tem se mostrado um problema de saúde pública de grande seriedade.
Está bem estabelecida que a DP crônica é uma doença infecciosa caracterizada por um processo inflamatório destrutivo que afeta os tecidos de suporte do dente. Clinicamente, podem ser formadas bolsas periodontais, reabsorção do osso alveolar e eventual perda do elemento dental. Histologicamente é caracterizada por acúmulo de células inflamatórias na porção extravascular do tecido conjuntivo gengival.
Está bem estabelecida que a DP crônica é uma doença infecciosa caracterizada por um processo inflamatório destrutivo que afeta os tecidos de suporte do dente. Clinicamente, podem ser formadas bolsas periodontais, reabsorção do osso alveolar e eventual perda do elemento dental. Histologicamente é caracterizada por acúmulo de células inflamatórias na porção extravascular do tecido conjuntivo gengival.
Bactérias periodontopatogênicas como Porphyromonas gingivalis, Tannerella forsythia, Aggregatibacter actinomycetemcomitans e Treponema denticola, entre outras, iniciam e perpetuam a inflamação podendo causar destruição do periodonto marginal via dois mecanismos: 1) pela ação direta dos subprodutos do metabolismo e enzimas bacterianas; 2) estimulando a liberação de mediadores inflamatórios de células do hospedeiro.
A participação da genética na etiologia da DP é indicada por: resultados de estudos com gêmeos; agregação familiar observada na periodontite agressiva; síndromes onde a periodontite é uma característica clínica importante.
Uma boa maneira de avaliar os aspectos genéticos da DP é por meio de estudos realizados com gêmeos. Geralmente é feita uma comparação entre gêmeos monozigóticos (MZ) e dizigóticos (DZ), pela qual é avaliado o grau de concordância ou discordância de uma ou mais características.
Pode-se concluir que fatores genéticos exercem maior influência na herança da periodontite do que fatores relacionados ao ambiente, como a presença de microrganismos e hábitos comportamentais.
Um polimorfismo genético é caracterizado pela ocorrência de, pelo menos, dois alelos em um lócus, quando o alelo mais raro deve ter freqüência superior a 1% na população23. Os polimorfismos preferencialmente investigados são aqueles presentes em genes que participam da resposta imune do hospedeiro, da sinalização intracelular ou das vias enzimáticas de degradação tecidual.
Os primeiros polimorfismos investigados na DP foram nos genes que formam o "cluster" ou agrupamento da Interleucina 1 (IL1A, IL1B, IL1RN), além do gene do Fator de necrose Tumoral-α (TNFA).
Similarmente às considerações estabelecidas para o "cluster" da IL-1, polimorfismos genéticos em outras citocinas também foram relacionados com suscetibilidade e/ou progressão da DP em determinadas populações.
Conclui-se, baseado nos estudos com gêmeos e com famílias, que há evidência científica da influência genética na etiopatogênese da DP.
Conclui-se, baseado nos estudos com gêmeos e com famílias, que há evidência científica da influência genética na etiopatogênese da DP.
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